Eu nasci em São Paulo, numa terça-feira de dezembro. Como todo mundo, descobri ainda menina que lápis eram como varinhas mágicas e serviam para criar coisas coloridas e encantadas em qualquer superfície que tocavam. Depois eu virei moça e achei que desenhar casas e prédios para as pessoas morarem é que era coisa para gente grande fazer com uma caixa de lápis. Estudei arquitetura e durante muito tempo trabalhei desenhando coisas que se constroem com tijolo e concreto. Em 2010 decidi o que realmente eu queria fazer para o resto de minha vida. Eu queria continuar sendo o que eu era quando esparramava a caixa de lápis pelo chão e ficava horas desenhando o que há de mais sério para se desenhar: sonhos. E quem disse que não se pode ser o que se é? Gosto mesmo é de dizer que sou desenhadora de bonecas, mas para quem acha que existe um mundo de pessoas grandes e outro mundo de pessoas pequenas eu digo que sou ilustradora.